terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Quem é essa?



Há exatas duas semanas do parto, quem sou eu?



Me olho no espelho e vejo uma outra pessoa. São quase 7 da noite e ainda não passei uma escova no cabelo. Minhas refeições foram: um copo de leite, uma banana com aveia e mel, um sanduíche com presunto e queijo bleu. Ainda estou de pijama. Vou colocar uma sopa pra descongelar e tomar um banho correndo antes que a bebê acorde. Eu quero chorar. Mas nem isso eu consigo direito.

Preciso dormir. Preciso descansar. Preciso de alguém que tome conta do bebê durante um dia inteiro. Ou metade de um dia. Algumas horinhas só. Mas alguém que tome conta mesmo e não me chame quando ela chorar, que tenha paciência pra acalma-la sozinha. Que espere ela dormir sem pressa. Que deixe ela mamar (na mamadeira mesmo) no ritmo dela.

Eu sou só uma parte de mim mesma. Enquanto uma outra identidade toma lugar (a de mãe), as muitas outras se calam. É preciso ser mais que só mãe, não pelos outros, mas por mim mesmo. Não me resumo só a mãe da sapinha e essas outras muitas Carolinas, que escrevem, que cozinham, que se penteiam, que cuidam dos gatos, ... estão meio apagadas. É que quando ela chora não sobra espaço pra mais nada. Quando ela precisa mamar a mãe está ali 100%. E ela precisa muito de mim e durante muito tempo. Nos tempinhos das dormidas eu continuo mãe, pois não estava preparada pra uma chegada tão rápida e ainda faltam coisas. Hoje passei o dia pesquisando/comprando o tal do sling. Parece que passei tempo demais fazendo isso, mas foram no máximo 2 horas na frente do computador, repartidas em várias parcelas de sono da bebê. Por que o resto do tempo foi pra preparar algo pra comer, trocar a bebê e, principalmente, acalmar os muuuitos choros por causa da dor na barriga.

Talvez essas super mães de propaganda dêem conta de tudo. Mas eu não. Ainda estou aprendendo a conciliar esses outros papéis que um dia foram meus. Ainda estou aprendendo a comer quando dá e rápido, antes que ela acorde, pra não passar o dia com fome. Ainda estou aprendendo a dar de mamar sem quebrar as costas (e o peito). Ainda estou aprendendo e aprendendo a ser mãe.

Mas deixa eu ir ali, que minha sopa borbulha e ela ainda não acordou!
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. Vida de mãe rss... logo as cólicas irão embora, mas em contra partida, as horas de sono diminuirão... logo terás tempo para uma escova no cabelo, e até uma refeição, mas em contra partida uma nova descoberta da sapinha e tudo é interrompido para vibrar com ela! rss... o amor, esse só cresce, se é que é possível ser ainda maior!

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