Aqui vão algumas dicas!
Eu não sou
nenhuma especialista em nutrição, nem nada disso, mas li bastante sobre o
assunto e, como mãe, quero compartilhar minha experiência e aquilo que
funcionou aqui. E como funcionou!! Chloé come suuuuper bem!! Tem prazer em
comer e come de tudo! Muito mais e melhor do que eu!! Quem já viu o video da
sopa de espinafre?? Também está lá no nosso insta instagram/oquartodasapinha
Hoje ela
está com 21 meses. A introdução alimentar começou aos seis. Até então, só leite
materno mesmo. Essa é minha primeira dica, se você pode amamentar exclusivo e
em livre demanda, não pense duas vezes!! É que o leite materno muda de gosto de
acordo com o que a mãe come. Então a variação do gosto já começa desde cedo. O
bebê que toma o leite em pó, ao contrário, está sempre bebendo o leitinho com o
mesmo gostinho, então (diz minha pediatra, pois não tive essa experiência) a
introdução alimentar e a adaptação aos diferentes gostos é mais difícil.
Por volta
dos seis meses (pouco antes ou depois), o bebê começa a dar sinais de que está
pronto para provar diferentes alimentos. Basicamente, ele consegue sustentar a
cabeça e se interessa pelos alimentos (tenta pegar a nossa comida, abre a boca,
etc.). A Chloé com cinco meses já mostrava esses sinais e a pediatra falou que
poderíamos deixar ela provar alguma coisinha, se a gente tivesse vontade, mas
sem pressa e sempre lembrando que o alimento (o que nutre mesmo) dela ainda é e
vai ser durante alguns meses, a amamentação.
A bagunça (cenoura, aqui) acontecia em cima de um lençol! |
Eu queria
fazer a introdução BLW, na qual a gente da alimentos inteiros para o bebê
provar. Mas... ao mesmo tempo, tinha aquele medo dela engasgar. Então, nesse
primeiro momento, fizemos um misto. Demos alimentos batidos, mas sem colher!
Num potinho pra ela colocar a mão e levar na boca SE quisesse e como quisesse.
Nem preciso dizer a bagunça que isso faz, né?? Mas acho que foi um ponto
crucial na introdução do alimento como algo prazeroso. Era ela e somente ela
que ditava o ritmo. E quais os alimentos? Sei que o Brasil o pessoal começa com
as frutas, né? Mas aqui, a pediatra sugeriu começar pelos legumes, porque o
doce, ela ia gostar com certeza, agora o momento era adaptar aos salgados.
Espinafre, batata e cenoura. Cada um num dia, a cada dois dias, foi como
começamos. Nem cadeirão a gente tinha ainda!! rs Sinceramente, eu não acho que
começar com legumes tenha necessariamente sido um fator determinando no seu
comer bem, mas também não acho que não tenha sido. Começar com frutas, começar
com legumes, acho que vai do que cada um acredita. O que eu acho que deu certo
e é a dica principal aqui é deixar o bebê provar sozinho, colocar a mão, levar
a boca e comer o tanto que ele quiser. Sem forçar, sem pedir pra ele comer só
mais um pouquinho, sem nem pedir pra provar. Porque se o bebê não quer, não
gostou, não tem problema! As vitaminas dele não estão ali! Nessa etapa o objetivo
é: experimentar! E isso vai muito além do gosto, é o momento em que ele entra
em contato com a textura, a cor, o cheiro do alimento.
Em pouco
tempo (duas semanas) a gente sentiu confiança e começamos a introdução em BLW
mesmo!! Continuamos a deixar ela comer no ritmo e vontade dela, como eles
sugerem no método e como já estávamos fazendo. Mas além disso, começamos a dar
os alimentos inteiros. Pra quem tem medo, eu sugiro que leia sobre o assunto.
Existem momentos em que parece que o bebê engasgou, mas ele mesmo consegue
colocar pra fora. Com a florzinha, aconteceu somente uma vez dela engasgar. Eu
li (e fiz uma aula) sobre primeiros socorros em bebê, mas foi o tempo de eu
tirar a mesa do cadeirão que ela já estava sorridente e respirando de novo. Ou
seja, o pânico foi a toa! Os bebês são muito mais capazes do que a gente
imagina! E foi isso que eu aprendi, confiando nela. Claro, meu conselho é se
precaver, ler e aprender, pra saber o que fazer, caso aconteça algo. Mas...
confiar e acreditar!
Cenoura, batata e ovo |
Foram alguns
meses dando alimentos inteiros. No café da manhã eram frutas (pelo menos duas)
diferentes. Gostava de misturar cores, texturas, tamanhos, sabores. Com oito
meses, eu dava, por exemplo, uma banana inteira, um pedação de melancia
(cortado tipo magali, sabe? Mas sem a casca) e framboesas. E deixava ela comer
a vontade! Era interessante ver que ela aprendia. A melancia, ela precisava
usar as duas mãos pra levar a boca, já a framboesa, era necessario uma certa
finesse, pra não esmagar a fruta. Quando ela “acabava”, cansava, eu dava um
pedaço de pão e comia os restos. Sim, sou dessas mães que se alimentam dos
restos dos filhos rs (quem nunca??). Falei um pouco mais sobre isso no youtube (do café da manhã, não de comer os restos rs):
No almoço
e/ou jantar, eu oferecia alguns legumes e uma opção de proteina. Por exemplo,
colocava cenoura (uma tirinha do tamanho de um dedo) e brócolis (uma
arvorezinha) no vapor e ¼ de ovo cozido. Sem sal! Zero sal! Sem óleo, sem
tempero nenhum! “Ai, credo, nem um pouquinho de sal só pra dar um gostinho...”
Não, nada! E vou dizer o porque. Nosso paladar já está habituado ao sal e sente
falta, o do bebê não. Eu juro que é questão de hábito. Eu mesma, quando vou ao
Brasil, vou aos restaurantes e acho deixaram cair o pote de sal na comida. Eu
acho suuuuper salgada! A ponto de não sentir o gosto dos alimentos. Já no final
da viagem, eu volto pra França achando tudo aqui insosso. O bebê nunca provou
sal na vida! Pra que “esconder” o real sabor dos alimentos a um paladar ainda
virgem e não adaptado?
Com 8 meses,
o café da manhã se passava super bem. Já o almoço e o jantar... O que acontece
é que ela ainda não tinha dente e demorava muuuito tempo pra conseguir comer os
alimentos. Ela ficava frustrada e brava. E aqui vai mais uma dica: observe e
seja flexível! Eu acho super legal a introdução em BLW e pretendo fazer
novamente, sim! Mas como não estava dando 100% certo, comecei a fazer papinhas!
O café da manhã continuou da mesma forma, mas comecei a fazer papinhas pro
almoço e sopinhas pro jantar. Além disso, continuei respeitando as vontades e a
fome dela. Não quer mais comer? Não tem problema! Até 1 ano de idade, a comida
é complemento! O alimento principal continua sendo o leite materno. Sempre,
sempre, sempre, a regra número 1 é: respeitar as vontades e ritmo do bebê!
Eu fazia as papinhas de forma com que ela tivesse um
pouquinho de cada grupo alimentar durante o dia. Como ela comia bem pouquinho, comprava tudo
orgânico e de qualidade, sem culpa, pois praticamente não pesava no orçamento! No
café da manhã, fruta e cereal (pão). No almoço, uma das receitas que ela mais
gostava (e o bebê de uma amiga também provou e aprovou) levava beringela
(legume colorido), cebola, tomate, lentilha (leguminosa) e carne (proteina),
que eu cozinhava tudo junto e depois batia no mixer. Isso davam vários
potinhos! Deixava dois na geladeira (um pra hoje e um pra amnhã) e congelava o
resto. De sobremesa, eu dava uma fruta diferente da do café da manhã. A fruta
era inteira, se estivéssemos em casa, mas tinha também umas misturinhas (maça e
cereja, por exemplo, que eu cozinha junto, batia e também guardava em potinhos
no congelador) que serviam quando a gente ia almoçar fora. No jantar, um
clássico era a sopinha de batata (tuberculo) e brócolis (legume verde). No verão, eu dava ela fria mesmo!
O tamanho dos potinhos que eu congelava eram de acordo com o tanto que ela
comia. Depois de umas três/quatro vezes comendo o pote todo e querendo mais eu
aumentava a quantidade! Ou dava um 2 pote... Mas sempre, sempre respeitando a
fome dela! Sem nunca forçar, distrair pra enfiar mais uma colher... Sem privar
da sobremesa, independente do tanto que ela almoçou (porque, claro que
acontecia dela não comer bem também). E com tete liberada!
Mas veja
bem, os horários das refeições eram sempre os mesmos, é importantíssimo criar
uma rotina! E com o tempo a gente entende os horários da amamentação. Ela (até
hoje) mama em livre demanda, mas hoje (com 1 ano e meio) eu evito dar o peito
antes das refeições. O bebê tem que estar com fome pra comer bem! É como a
gente, se todo dia a gente almoça as 13:00, quando da 12:30, 12:45 o estômago
já está roncando, né? Com o bebê é a mesma coisa! Se meia hora antes do horário
do almoço a gente da uma fruta, ele não vai almoçar igual. Mas sem exageros,
estabelecer uma rotina (do alimento sólido) desde o começo é super importante,
mas os horários da tete, vão aos poucos se encaixando. É necessário observar
pra entender quando o bebê está com fome e não privar de amamentar. No começo,
se ela queria mamar logo antes do almoço, sem problemas, já perto de um ano
comecei a evitar isso, dando sempre depois (se ela quisesse).
Eu era cheia
das regras no primeiro ano dela e espero ser também com a segunda, pois acho
que tudo isso ajudou muito a minha menina a ser boa de garfo! Hoje em dia, sou
bem mais flexível! Continuo com os horários certos de comer e não dou nada uma
meia hora antes. Mas ela come o que a gente cozinha pra gente mesmo. Ainda
assim, no ritmo e vontade dela. Hoje, por exemplo, no almoço, eu coloquei
frango, brócolis, espinafre, tomate e cebola, todos cortadinhos, regados no
azeite, no forno. Fiz um macarrão e coloquei essa minha mistureba como molho,
por cima. Sentamos juntas na mesinha dela (ela na cadeira, eu em uma almofada),
com pratos iguais. De vez em quando dava umas garfadas eu mesma, mas de modo
geral, deixo ela comer sozinha. Ela adora macarrão, e geralmente como todo o
franguinho, mas hoje, não queria. As garfadas que eu dei do frango ela
mastigava e cuspia. Já as arvorezinhas de brócolis, comeu todas!
Outro dia,
no jantar, tinha feito só carne e brócolis (video ai em cima, do instagram/oquartodasapinha, raspou o prato!! Olha ai os últimos brocolinhos sendo comindos!). Ela comia a carne, mas não o
brócolis. Não forcei, só fiquei de olho. O interessante é que assim que ela
terminou toda a carne, passou pro brócolis e comeu tu-do!! Alguns dias depois,
o marido fez a mesma coisa pro jantar, mas ela não queria de jeito nenhum o
brócolis. Ele perguntou se fazia outra coisa, eu disse que não e fui lá ver o
que estava acontecendo. O brócolis estava partidinho. Troquei pelas arvorezinhas
inteiras que ainda estavam na panela e ofereci. E não é que ela comeu?? É que
ela não gosta muito do “tronco”, prefere as “folhas”. E é essa é minha última
dica, ofereça, sem forçar, de formas diferentes. O bebê também tem os gostos
dele e a gente tem que aprender quais são. Lembrar que os interesses evoluem,
os gostos mudam e às vezes o alimento preferido fica preterido durante um
tempo, mas depois volta...
Observar e
respeitar, pra mim são as palavras-chave de uma alimentação de sucesso! Deixar o
bebê ir no ritmo dele, deixar ele pegar, bagunçar, se lambuzar, da mais
trabalho e demora mais, sem dúvida. Mas aqui, foram fatores essenciais pra
desenvolver o gosto pela comida!!
Essas são
minhas dicas, de mãe! Não deixe de comentar, quero saber o que mais da certo (e
errado), porque tem outra vindo por ai!!
Gostei desse texto. Acompanhei e achei bem legal o método, principalmente sendo uma mãe paciente é dedicada como você. A pequena tem um apetite e paladar que são gratificantes de ver.
ResponderExcluirCom certeza!! Muita calma e foco no prazer em comer! Sem forçar, no ritmo dela e tudo da certo!!
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