quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Se permitir!



O verbo que tem regido minha gravidez


Desde que descobri que estava grávida resolvi ouvir meu corpo. Como aquilo que me der vontade, sem restrições. Não li nada sobre os proibidos para grávidas, acreditei realmente que meu corpo sabe o que é melhor pra mim, independente das crenças culturais. Eu que sempre amei café não aguentava tomar meia xícara, depois descobri que a cafeína não é aconselhada. O corpo é sábio. Me permiti tirar cochilos durante a tarde antes de saber que a fatiga é um sintoma super comum do início de gravidez. Me permiti comer carne, mas admito que tenho vergonha de dizer... Tomo água como nunca na vida! E olha que eu morei em Brasília e nem na mais braba das secas eu tinha tanta sede!

Sempre fui a favor do parto humanista. Acho lindo o conceito, o tempo da mulher, do bebê, o encontro. Mas quando fiquei grávida a mudança que o parto vai provocar no meu corpo, as dores que vou sentir nesse momento, o medo de não estar preparada para parir do meu jeito, no meu tempo... Eu confesso que pensei: por que não ma cesárea? Quem está lendo pode achar um absurdo, dizer que faz muito mais mal pro corpo e pra alma, sua e do bebê (especialmente depois de tudo o que eu falei sobre o parto natural). Mas eu estou sendo egoísta, bem egoísta, como me disseram pra ser nesse momento. Estou me permitindo ler sobre, me informar sobre e decidir aquilo que é melhor para mim, independente dos outros, independente daquilo que todos acham ser melhor e dos muitos vídeos que me mandaram.

Sempre fui muito radical sobre a forma de criar. Educar um bebê é dar estrutura para a criança se sentir segura, é estar próxima para que ela se sinta confortável para arriscar e descobrir, mas não tão próxima que ela não precise se arriscar ou descobrir. A comunicação é a base para isso, e quando ela for crescendo, a importância das palavras também vai crescendo. Conversar sempre e muito para que duas vontades se alinhem. E claro, com toda essa criação perfeitamente idealizada, minha filha seria a criança perfeita. Não faria birra, não seria dessas crianças chatinhas (que absurdo dizer isso!), me escutaria... Mas nunca imaginei de forma concreta em como ela se tornaria esse ser perfeito. Nunca imaginei como reagir as tais birras que nunca aconteceriam, se um dia acontecerem. Nem como reagiria com toda essa racionalidade que eu imagino que terei num momento de irritação por outros motivos (a gente desconta em quem está próximo, não é?). Nunca pensei em como lidar com os momentos mais humanos, sejam meus, dela ou do marido. E dá um medo! Então me permito ser só suficientemente boa. Lá vou eu nas minhas pesquisas e leituras para saber o que é melhor para nós, para a nossa relação.

E assim a lista vai, me permitindo ser, sentir e agir como eu sou, sinto e ajo.

Na esperança de que eu consiga levar isso pra depois da gravidez, que eu me permita ser e sentir sem restrições! Que todos nós consigamos... 


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