domingo, 30 de agosto de 2015

De sentir o bebê mexendo



...Algo simplesmente normal? Ou necessariamente mágico? 


Sempre que a bebê mexe e eu mostro ou falo pra uma mãe, vem o comentário dizendo o quanto esse momento é maravilhoso, de como elas amavam, etc. “não é?”. Eu sempre sorria, nunca respondia, porque eu não achava nada de tão mágica e especial! Achava tão normal...

As pessoas se lembram e contam como foi a primeira vez que o bebê mexeu e eu só consigo pensar em como elas sabiam que era o bebê?? Pra mim demorou muito tempo pra eu conseguir diferenciar o que era bebê do que era digestão e como gases nunca me fizeram sorrir de emoção, eu sempre encarei com muita naturalidade os movimentos da barriga. Mesmo quando eu já sabia diferenciar e tinha certeza de que era a bebê, eu não sentia nada de especialmente mágico e maravilhoso naquele momento. Era legal, mas era só isso.

A bebê querendo aparecer

No começo da gravidez eu prometi a mim mesma me permitir sentir. Sentir o que quer que eu estivesse sentindo, sem cobranças, pois é esperado que o mundo da gravidez seja cor de rosa e na realidade é cheio de altos e baixos. Por isso me permitia não sentir nada de especial, não queria forçar ou mentir algo que não existia naturalmente.

Mas a partir do quinto mês, mais ou menos, isso foi mudando. Primeiro com a haptonomia, você mexer a barriga e sentir o bebê mexendo e respondendo é maravilhoso! Entre o quinto e sexto mês, eu sentia realmente essa alegria, essa coisa mágica, indescritível, cheia de purpurina nesses momentos de interação (e somente nesses momentos de interação). Talvez essa interação tenha feito com que qualquer outra mexida ficasse banal... Mas ali pelo sexto mês, com ela mexendo incrível e ativamente eu começo a me pegar sorrindo sozinha e a parar o que eu estou fazendo pra colocar a mão na barriga e sentir a dança dela... e mesmo que seja unidirecional, pois ela não esta respondendo a um estímulo meu, são momentos que me trazem sim a alegria relatada pela outras e cada vez mais! A ponto de eu ter certeza que um dia vou ser dessas que vai perguntar /afirmar pra outras grávidas o quão maravilhoso é quando o bebê mexe.

Enquanto escrevo esse relato, tento me lembrar da primeira vez que eu senti ela mexendo. De procurar na internet pra descobrir se era mesmo ela ou não. Lembro com detalhes dos fatos, de onde estava sentada, com o computador no meu colo, de ir deitar depois pois diziam que deitada a gente sente mais /melhor. A sensação descrita na internet e que eu identificava como minha era de bolhas sabão que não estouram passeando, encostando, mexendo dentro da barriga, algo leve, como um carinho... e lembro de me sentir feliz com esse momento. Ai eu me pergunto: se que era realmente a alegria daquele momento ou o fato de sentir felicidade com ela mexendo hoje me remete a todas as vezes em que ela mexeu com sentimento de alegria?

E será que daqui a alguns anos eu vou lembrar desse estranhamento que eu sentia em não poder responder com entusiasmo quando alguém perguntava o maravilhoso era quando ela mexia?

Opção com barriga ou sem barriga, dependendo de como ela mexe




quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Urgências Obstétricas




Aula de preparação ao nascimento 2


Quando correr para o hospital?
O que é normal e o que é urgência?
Quando o bebê corre perigo?



O tema da aula 2 de preparação ao nascimento (Clique para ler sobre a Aula de preparação ao nascimento 1 - primeiro contato, primeiras dúvidas) busca responder essas perguntas. Mas na verdade o que as enfermeiras querem mesmo é desdramatizar a gravidez e diminuir o número de gestantes que tocam na porta das urgências.

A cultura de gravidez aqui (e no Brasil também) é: "na duvida, corre para a urgência!" "Melhor prevenir que remediar" "Assim você fica segura"... Mas isso acaba sobrecarregando a urgência com mulheres que quebraram a unha ou sentiram o bebê mexendo. Ok, estou exagerando, mas a equipe que atende as urgências (reais ou imaginárias) e as mulheres em trabalho de parto é a mesma. Então quando alguém se mobiliza por uma não urgência, é possível que uma futura mamãe em pré-trabalho de parto fique sem assistência durante um tempo. Lembrando que são duas ou três equipes (composta de enfermeira e auxiliar, a princípio sem médico) para os até 7 partos. Se 7 bebês resolverem nascer ao mesmo tempo, são as duas ou três equipes que vão de quarto em quarto acompanhar e auxiliar o nascimento. Então, se além disso ainda tem grávida tocando por "besteira", fica impossível.

Mas mãe de primeira viagem, como não baixar lá com muita dor na barriga (que foi o que aconteceu dias antes com uma colega da aula)? Na preparação ao nascimento aprendemos que é normal o útero se contrair nessa fase, que pode doer (ele fica todo duro), mas que passa. A pobre gestante angustiada aprendeu isso da pior forma, pois diz ela que a enfermeira foi super grosseira... Mas quando, então, eu NAO devo ficar em casa?
(a lista a seguir tem as informações que eu absorvi, dadas pela enfermeira responsável pela aula aqui, no processo de comunicação pode ter se perdido alguma coisa. Se encontrar algum erro ou informação faltando, por favor avise!)

Sangramento
Não é qualquer sanguinho! As vezes acontece de um vasinho ou outro estourar e sangrar, mas nada preocupante. A quantidade de sangramento para ir as urgências deve ser igual ou maior que o da menstruação.

Perda de líquidos
Sabe aquilo que a gente vê em filme: "A bolsa estourou, vai  nascer!!!!!!" Então, a realidade é outra... A bolsa não estoura assim tão fácil, nem rapidamente. Geralmente isso só acontece depois de horas de contração, pouco antes do bebê nascer e muitas vezes é feita pela equipe médica. Mas se acontecer, a perda de líquidos pode significar que a bolsa estourou (perda abundante) ou se fissurou (vai perdendo aos poucos, gota a gota).
No último trimestre de gravidez outras perdas de líquido podem acontecer, como xixi, corrimento... mas o líquido amniótico parece água mesmo, inodoro e incolor. Não dá pra confundir. Em caso de rompimento da bolsa é tranquilo de identificar, se muita água sair de você, a bolsa estourou. Já no caso da fissura, é importante notar se a perda é frequente, contínua. Em caso de dúvida, é só ir ao banheiro, fazer xixi e trocar a calcinha. Se continuar vazando, é porque a bolsa está fissurada.
Esses casos são urgentes? Sim, pois existe risco de infecção. Mas dá tempo de tomar um banhozinho e ir com calma para maternidade (aqui urgência obstétrica é direto na maternidade, não nas urgências normais. Alguém sabe se no Brasil também? Imagino que sim). Se realmente for a bolsa, é possível que a mulher fique hospitalizada até o nascimento do bebê, o que pode durar ainda algumas semanas (até atingir 35 semanas) ou algumas horas (caso a gravidez já esteja mais avançada.

Contração
Mas você não acabou de dizer que é normal? Sim, mas se elas forem frequentes, longas, dolorosas e, principalmente, vieram acompanhadas de sangue, é necessária uma visita ao hospital.

Falta de movimento fetal
Com o avançar da gravidez é normal que o bebê se mexa cada vez menos por falta de espaço. Porém, se ele parar completamente de se mexer, é bom visitar o UGO (urgência gineco-obstétrica, achei fofo o nome). Mas o que é parar de se mexer? As vezes ele fica sem se mexer durante um tempo... Devo ir ao hospital? Nada de pânico se o bebê não mexer por 10 minutos! rs Mas se ficar uma manhã ou inteira sem se mexer, UGO! Se estiver na dúvida, senta, relaxa e fique atenta ao bebê durante uma ou duas horas pra notar os movimentos (ele deve se mexer umas 5 vezes nesse período). Pode fazer isso logo depois de comer! Pelo menos a minha mexe muito durante a digestão, então se não mexer durante muito tempo depois do almoço, por exemplo, é porque tem algo errado.

Quedas e etc
Acho que todo mundo sabe, em caso de quedas, consultar pra ver se está tudo bem, mesmo que não batido a barriga! E não só quedas, qualquer choque mais violento, pode ser necessário ver se está tudo ok. Vale a consulta se o bebê mexer menos, se houverem contrações, sangramentos, perda de liquido... Mas cabe também a você avaliar se o que aconteceu foi suficientemente sério para ir ao hospital, mesmo que não tenha nenhum desses sinais descritos.
Lembrando que mulher no fim da gravidez tem tendência a cair mais, pois o centro de gravidade do corpo muda.

Aparição de edemas, coceira frequente, febre, dor para urinar
Se aparecerem edemas do nada (especialmente se houver ganho rápido de peso), ou se tiver muita coceira sem parar no corpo todo, ou se tiver febre, ou se sentir dor para fazer xixi, pode ir a urgência. As causas desses sintomas são diferentes, mas é necessário o exame para constatar se tudo está ok.

A regra de ouro é: escute seu corpo. Em caso de dúvidas, liga! Telefona no hospital ou no médico que te acompanha. A partir dos sintomas descritos eles vão saber avaliar se vale a pena uma consulta extra ou não.

Só pra lembrar, a aula de preparação ao nascimento se dá a partir do 5 ou 6 mês, então esses conselhos são válidos para o terceiro trimestre. Além disso, não sou médica, nem enfermeira! Só estou repassando algumas informações e espero ajudar futuras mamães a ficarem mais tranquilas e se sentirem mais preparadas, caso algo aconteça.

Se você notou algo errado ou faltando, deixa nos comentários, é importante! Se já se despencou pro hospital durante a gravidez, conta o porque e como foi! 



domingo, 23 de agosto de 2015

6 meses de sapinha na barriga



Completamos 6 meses juntas


Se eu tivesse escrito esse post a dois dias, diria que continuo com quase zero barriga, mas não é que ontem (sim, de um dia pro outro) surgiu um calombinho que não da pra murchar? Dormir de barriga pra baixo ainda é possível, eu acho, já que não testei desde o aparecimento do calombinho. É engraçado, pois eu me posiciono e ela "diz": "perai, mãe, não me esmaga, deixa eu me ajeitar", se arruma ali dentro pra ficar mais confortável e dormimos tranquilas.

O antes de dormir é um momento de muita conexão, ela mexe muito (nunca mexeu tanto, mexe o dia inteiro), mas de noite é diferente, pois a gente consegue se comunicar. Eu dou uns toquezinhos na barriga e ela responde. É um momento de muita alegria! Da mais pura alegria, desses que colocam um sorriso farto no rosto, muito legal!

Essa comunicação, que se faz com a barriga relaxada, tem me inspirado a pedir pra ela trocar de posição em outros momentos. É que ela adora fazer da minha bexiga travesseiro! E enquanto os bebês das outras crescem pra fora, a minha tem apertado cada vez mais meus órgãos (imagino eu) fazendo com que eu vá ao banheiro mais que todo mundo! Vejo isso pois sou a única que vai ao banheiro antes e depois do curso de preparação ao nascimento. As outras mães vão uma vez ou nem vão... e estão todas com o mesmo tempo de gravidez que eu ou mais.

Apesar do calombinho, a barriga é ainda muito discreta e as pessoas não acham que estou grávida. Do jeito que ta, ainda causa duvidas se estou grávida ou gorda, mas dependendo da posição corporal, de onde coloco a mão, da roupa, etc da pra fazer um barrigão, como na foto tirada pela vovó. Ontem mesmo uma senhorinha queria meu lugar no ponto de ônibus. Tinham outras pessoas, com aparência mais adulta do que eu (mas não idosas) e ela veio e parou na minha frente, olhou minha barriga pra ter certeza, me olhou e ficou esperando eu levantar pra dar o lugar a ela. Se fosse o único lugar eu tinha levantado e sentado no chão (tinha sido um dia muito cansativo e minha lombar estava me matando), mas uma pessoa levantou do meu lado e deu lugar a ela. Meu ônibus chegou logo em seguida e enquanto entrava coloquei a barriga bem pra frente (rs) e a mão na lombar (porque doía muito mesmo!) pra justificar pra ela ou pra mim mesma o meu direito também de sentar. 



Alias, mamãe vovó chegou e tenho sido muito mimada! Não sei se por mim ou pela bebê (rs), mas por causa disso tenho me permitido comer muito além do normal (chocolate, café, coca... que eu comia 0 a alguns meses e voltei a comer de vez em quando). Por isso esses 71kg me parecem demais, visto que a pequena engordou só 500g. Mas talvez tenha sido a medida do dia... no consultório da médica, ainda não cheguei nos 70kg (ou a balança dela deve estar errada...).

O nome da bebê ainda é duvida. Baixamos um aplicativo para nos ajudar a escolher, mas acabou nem ajudando muito. Eu até que queria discutir mais, pensar mais, mas o marido tem estado meio reticente e investido pouco no bebê esse mês. Talvez sejam as muitas mudanças e adaptação no trabalho (espero).

Além do nome, o apartamento continua igual. Nada ainda de quarto ou coisas de bebê (só as poucas roupinhas que compramos / ganhamos ainda antes do post dos 5 meses). Ah! Comprei fraldas! Quer dizer, mamãe vovó comprou (ainda escrevo mamãe, mas depois lembro que o quarto é da pequena e que ela é avó! rs ainda vou me acostumar) Cinco pacotes, pois estavam em promoção. Mas como fralda é caro!! Já sabia que era caro, mas não sabia que era tanto!!! Se antes já pretendia investir em fralda de pano, agora é certeza. Além disso, estamos (eu e vovó) olhando o carrinho, que é muito difícil de escolher e mereceu um post a parte (se quiser conhecer as muitas opções e pra que servem: link)!

Até então, nenhum mês foi mais legal que esse que passou. Ela mexendo intensamente me lembra da sua presença e se antes eu tinha momentos nos quais eu mal podia esperar para vê-la, agora quero só aproveitar esse momento!



Tento detalhar bem o mês pra todos poderem curtir juntos! Espero que consiga passar um pouquinho do que estamos vivendo. Não deixem de comentar :)