quinta-feira, 19 de maio de 2016

Não chora, que eu choro

 

O choro de uma recém-nascida mãe 


Não chora, pois se você chora eu choro junto! Por favor, meu amor, por favor, para de chorar. Por favor! Eu já não sei mais o que fazer pra te ajudar. Por favor!

Me parte o coração


Tudo isso em meio a lágrimas, muitas lágrimas. Muitas minhas, muitas da sapinha. E tai uma coisa que as pessoas esquecem de te contar: bebês choram. Choram muito! E nem sempre você consegue acalmar, por mais que tente, por mais que queira, por mais que faça... Você pode ser a melhor mãe do mundo e claramente a melhor possível para o seu bebê, mas tem vezes que simplesmente você não consegue. Bota no colo, caminha, canta, fala, muda de posição, senta, levanta, caminha, balança, canta, muda de posição, troca a fralda, canta, caminha, muda de posição, dá peito, faz massagem, muda de posição, caminha, balança... e nada! Quer dizer, ela acalma um pouquinho, chora um pouquinho e abre o berreiro. É desesperador! Porque você sabe o que é, ou acha que sabe, uma danada de uma dor de barriga, gases... E você sabe que vai passar, mas quando?

Pro bebê, na sua vidinha de um mês e meio, nenhuma experiência foi tão dolorosa quanto essa. Tadinha, dói e ela não sabe que (quando) vai passar. Só sabe que dói, que incomoda... e que colinho de mamãe ajuda, mas não sara. Então ela chama por você, por alguém, que conforte, que faça passar e chora... chora... chora... pois é a única maneira que ela sabe de se comunicar. E você, cansada, entende tudo isso e pede (a ela, a Deus, aos Deuses, a qualquer um) que ela pare de chorar, porque você já não sabe mais o que fazer. E pede desculpas (a ela, a Deus...) por não saber  o que fazer, por não poder ajudar mais. Pois acredite, mil vezes essa dor em mim, do que a ouvir chorar assim. E ai, incapaz, você chora junto, orando por um milagre, uma luz!

É o cansaço, são os hormônios... Você acha que nunca esteve tão sensível na vida como durante a gravidez? Espera sua bebê chorar, incontrolavelmente, durante horas! E você, sem ter dormido, sem ter comido, sem ter tomado banho ou um café, tenta acalmar. Vai ver que está ainda mais a flor da pele e que não é beijo de novela que vai te fazer chorar. Novela? O que é isso? Você vive pela pequena e entre as mamadas, quando ela dorme, o que nem sempre acontece, às vezes ela chora. E quando ela chora, você experimenta todos os sentimentos do mundo em questão de minutos. Pena, tadinha, ela está sofrendo. Raiva de si, arrependimento, porque mesmo eu quis ter esse bebê? Raiva do bebê, pelamordi, para de chorar, se não vou te jogar pela janela. Culpa, como eu posso ser uma mãe tão ruim e pensar na possibilidade de fazer uma maldade dessa com ela? E ai, choro, muito choro, por se sentir a pior das mães e pensar que ela estaria melhor com qualquer outra pessoa. E pedir desculpas, desculpa minha filha, por ser uma mãe tão falha. Desculpa por não conseguir te fazer melhorar, desculpa por ter pensado em não te ter, em não te querer, mesmo que por um segundo, me desculpa. E cuido e dou colo e choro... E todos esses sentimentos enquanto cuido e dou colo e choro... E quando eu choro, quem me dá colo? 

Esse biquinho... <3 </3 <3



quinta-feira, 12 de maio de 2016

Vontade de viver tudo de novo (ou mais uma vez?)



Posso confessar? Estou doida pra engravidar de novo.


É que eu ameeeeeeeeei estar grávida! E amo ser mãe! Me sinto tão realizada! E sinto que eu não faço nada nesse mundo melhor do que ser mãe. Eu sinto que nasci pra isso e não sabia. Sei que nesse comecinho a maior parte das mães tem mil dúvidas e inseguranças, mas não eu. Eu tenho certeza absoluta de que sou a melhor mãe que posso ser e que ninguém nesse mundo seria melhor mãe pra minha sapinha do que eu sou. Longe de mim achar que sou perfeita! Erro sim e erro muito com ela, mas tenho certeza de que mesmo esses meus erros são saudáveis e contribuem para o bom crescimento e evolução da minha pequena. Como se fossem os erros certos, sabe? Erros sob medida para ela e para mim.

Essa certeza de estar fazendo a coisa certa, de estar no caminho certo, de confiar completamente em mim mesma, na minha competência, nas minhas capacidades é algo que eu nunca experimentei na minha vida. Foram anos e anos de estudo e especialização na minha profissão e até hoje não me sinto 100% segura no papel de psicóloga. Porém, depois de um mísero mês, me sinto ótima mãe. Aliás, nem precisei de um mês para isso, desde que ela nasceu, ainda na minha barriga, eu já me sentia assim. O que não significa que eu saiba tudo, pelo contrário, estou tão confortável nesse papel que não tenho medo nenhum de expor minhas fraquezas, de perguntar, de ouvir... Quero sim conselhos e opiniões! Devoro tudo o que posso sobre o assunto do (meu) momento, seja sobre como amamentar ou como escolher um chocalho.

Quando estamos confortáveis numa situação, não temos medo de errar, damos a cara a tapa. Não tenho problema algum em escutar coisas diferentes da minha prática, como “tem que deixar o bebê chorar” ou “bebê que dorme com os pais nunca vai sair da cama”. Escuto sem problemas, explico (ou não) porque discordo e continuo criando, educando, amando da forma como eu acredito que seja a melhor. Mas acho ótimo ouvir opiniões diferentes, quero mesmo saber como foi pra você, pra sua mãe... e ai eu filtro e fico com aquilo que acho interessante.

Entre as práticas questionadas: meus gatos


Me sinto tão bem, tão melhor do que eu era, que da vontade de começar tudo de novo. Queria estar no comecinho da gravidez da sapinha, com tudo o que eu sei/sinto hoje, pra aproveitar mais ainda quando ela estava na minha barriga. Queria entrar em trabalho de parto de novo (louca?!?! Nem foi foi tão ruim assim...), agora mais rápido pois o corpo já conhece e quem sabe sem anestesia, já que não ficaria com contrações durante 48h! Viver de novo o primeiro dia, a primeira hora, a primeira mamada, o primeiro coco, a primeira troca de fraldas, o primeiro banho... Mas não ia querer ficar 4 dias de novo no hospital não! Foi muito difícil e ainda fico ansiosa quando chega a noite. Se tivesse outro bebê, assim que passasse o nascimento já avisava logo que ia sair no terceiro dia no máximo, de qualquer jeito! Chegar em casa com bebezinho, tão bom! E ver ele crescendo... Ta certo que sapinha tem só um mês, mas já vejo tanta diferença nesse pouco tempo! É incrível!!

Se eu engravidasse de novo, ia querer um menino, meu Léon, meu Leãozinho... Acho que me sinto meio culpada de ter rejeitado ele, que existiu durante um tempo no meu imaginário, pois eu acreditei que sapinha era menino. Nunca quis ter menino, alias, nunca quis ter mais que um filho (que uma filha!), mas agora fico pensando como seria... Duas crianças correndo pela casa, brincando, brigando, se amando.

Mas são só sonhos... E não sei nem se quero isso de verdade. Passei 30 anos da minha vida querendo ter minha menininha e filha única. Será que quero realmente um segundinho ou se é só saudades da barriga e desse primeiro meszinho que passou tão rápido? E se eu perceber que realmente quero um segundinho, o que estou disposta a enfrentar para tê-lo? O marido definitivamente não quer e duvido muito que ele mude de ideia. Eu AMO minha família do jeitinho que ela é: eu, marido e sapinha. Será que me separaria só pra ter um segundinho um dia? Trocar o certo pelo incerto? Teria que querer demais demais demais e muito mais ainda!

quinta-feira, 5 de maio de 2016

5 sentidos de mãe



Transformação


Quase um mês de sapinha e meus 5 sentidos já são (quase) todos voltados para ela...


Visão

Não existe cena mais linda do que ela peladinha. Ela tá sempre de fraldinha, body e pijama, acho que por isso eu acho tão lindo quando o papai vai dar banho (papai, porque em um mês eu dei exatos 2 banhos). Ela tem as pernas mais magrelinhas e lindas desse mundo, um bumbum todo pequeninho e uma barriga gigantesca para os lados (que geralmente a gente não percebe, porque a fralda deixa o bumbum mais proporcional)! É a bebê mais gostosa desse mundo! E cada vez que ela vai tomar banho eu penso que se a gente morasse no Brasil ou se ela tivesse nascido durante o verão, ia ficar peladona em casa! Amo, amo, amo!

ntre minhas fotos mais favoritas de todas!!


Olfato

Pode parecer estranho, mas meu cheirinho preferido é o da fralda com coco (rs). Pra mim o coco dela tem cheiro de flor e queria eu que tivesse um perfume com ele. Mas o que eu gosto não é só o cheirinho do coco, mas o cheirinho dele misturado com o da fralda. Talvez você esteja achando que o cheiro é realmente bom, eu acho, mas parece que sou a única (rs)! Eu contei pro marido e pra vovó, achando que eles iam achar igual, mas o marido disse que é fedido fedorento e a vovó não disse que era o pior cheiro do mundo, mas ta longe de cheirar flores (rs). O marido vive colocando as fraldas perto do meu nariz, quando ele troca e eu estou por perto, achando que vou virar o rosto, mas eu realmente acho bom!

Paladar

OOooo vontade de tomar café, comer queijos... de exagerar mesmo! Mas ainda pego leve porque estou amamentando. Mas vira e mexe eu tiro a tarde de folga e aproveito tudo isso. Mas se eu pudesse, eu dava era uma mordida no pé dela!!

Café orgânico da Cantão, laranjinhas cristalizadas, biscoitos de araruta...


Audição

Eu e o coco (rs). Adivinha qual o som que eu mais gosto de escutar?? O de coco e o de pum! Nossa, como é maravilhoso ouvir esses sons! Acho que toda a mãe que já sofreu com colica e dorzinha na barriga vai concordar. O outro som que eu amo tanto quanto é o silêncio depois da mamada da madrugada. Ela mama, mama, mama... coloco em pézinha pra arrotar se quiser, espero uns 5, 10 minutos, levo pra trocar, volto pro quarto dela e coloco ela na caminha. Vou para o meu quarto e fico atenta a todo barulhinho até eu adormecer de novo. Ah, como é precioso o silêncio nessa hora!

Tato

A mãozinha dela me tocando, me acarinhando, enquanto amamento... As unhas, os dedinhos, me tocando de levinho, às vezes me apertando... Ai, como eu amo!!

Quanto amor!


Como mudam as coisas depois que a gente vira mãe... Os prazeres são outros! E por enquanto, minha vida é ela.