segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Viajando com bebê - parte 1



Relato da primeira viagem de avião (sapinha com 6 meses)


Era para termos viajado em fevereiro, queríamos surpreender meu pai, vovô Gege no seu aniversário de 60 anos. Mas, o destino quis (e a burocracia francesa principalmente) que a gente comemorasse o terceiro mês de vida dela em casa, então nossa viagem foi adiada. Deu medo, deu muito medo de tudo e mais um pouco! Medo de perder o vôo, de não deixarem a gente embarcar por falta de documento/autorização, de não conseguir o assento com bercinho e ela ter que ir no meu colo, medo dela chorar o vôo todo...

Sapinha tirando foto para passaporte

No dia anterior, passaporte na mão, assento reservado (será?) e mala arrumada. Coloquei sapinha pra dormir e me preparei pra dormir também, afinal estar descansada para um vôo: 1. Com bebê; 2. Diurno e; 3. Sem experiência,  é essencial. Aham! Até parece! Tentei, tentei e rolei de um lado pro outro na cama... Sabe aquela coisa: Se eu dormir agora terei 5 horas de sono, se eu dormir agora terei 4 horas de sono, se eu dormir agora terei 3 horas de sono... 2 horas de sono eu tive! Queria acordar cedo pra tomar banho, dar mama, terminar a mala, tomar café da manhã, preparar bebê, dar mama, trocar a roupa golfada do bebê e minha... E quase consegui tudo isso, só o café que fui tomando no carro mesmo.

O trajeto até Luxemburgo foi tranquilo, sem trânsito. Papai com o coração na mão me confessou que tava com medo dela esquecer ele. Em menos de uma hora chegamos no aeroporto. Despachamos as malas, mas não o carrinho. No dia anterior, quando liguei na AirFrance me informaram que eu teria sim que despachar, por isso programei de viajar com bebê no sling e pro peso ficar menor, preparei uma mala de mão pro computador, que acabei colocando também casacos, roupas, fraldas, brinquedos e cobertor extras (primeira viagem preferi pecar pelo exagero) e uma bolsa de troca pra flor com todo o kit troca + brinquedos e cobertor (avião é frio e não tenho trocador portátil, aliás nem sabia que existia), além da minha bolsa de mão com todos os documentos. Mas chegou na hora e não precisou, achei prático ficar com o carrinho também.

Trocamos bebê mais uma última vez e papai se despediu da pequena. O dó! Ver ele chorando é beeem difícil! Quase desisti da viagem pela 547.576 vez. A partir de agora estava sozinha com bebê e toda a tranqueira! Não pensei em como carregaria carrinho + mala de rodinhas. Conclusão, coloquei Chloé no sling e a mala de mão no carrinho (é que eu preciso das duas mãos para empurrar). Imagina a cara de todo mundo olhando pra moça carregando a mala no carrinho?

Fica a dica: viajando sozinha com bebê, escolha entre carrinho ou mala de mão! Especialmente se viajando sozinha, o lema é “menos é mais!”.

O aeroporto de Luxemburgo é minusculo e a segurança muito mais chata que nos outros aeroportos que eu já fui. Para passar no detector de metais tive que tirar todos os líquidos da mala e colocar num ziplock. Ok, essa é a regra, mas aonde se faz isso ainda? Como esqueci que tinha um hidratante de 110ml na bolsa de mão tive que jogar fora (era isso ou despachar). Também tive que tirar todos os eletrônicos (normal) e os cabos (só aqui eu faço isso). Além disso tive que tirar o sling que já tava em volta do meu corpo com bebê. Essa parte fiquei meio chateada. Tira bebê, tira sling... Passa no detector com bebê. Coloca bebê no carrinho. Guarda líquidos, joga o creme fora, guarda computadores e cabos. Coloca sling. Tira bebê do carrinho e coloca no sling. Mala de rodinha no lugar do bebê no carrinho, bolsa do bebê embaixo do carrinho, bolsa de mão no ombro.

Depois disso tudo não faltavam nem 10 minutos pro embarque. Ainda bem que o aeroporto de Luxemburgo é minusculo. Pega o elevador, desce, senta e separa os passaportes e cartões de embarque, pois já estão chamando. Prioridade pra que, né? Aqui na Europa isso não existe não. Mas fui logo pro começo da fila e furei na cara dura! Nessas horas tem que ser “mal-educado” mesmo. Entra no ônibus, fica em pé mesmo, vai até o avião. Seguindo a linha do aeroporto, o avião também é minúsculo (janela - poltrona - corredor - poltrona - poltrona - janela) e mala de mão não cabe na cabine de bordo. Por isso você da pra um funcionário que coloca embaixo do avião mesmo. Dei carrinho partes 1 e 2 (bebê conforto que encaixa) e mala de mão. Subi com a bolsa de troca e de mão. Furei a fila (dessa vez o funcionário foi super gentil e pediu pro pessoal me deixar passar). Entrei no avião, sentei e respirei aliviada. 

O cinto do bebê no avião
 

Logo, logo chegou a comissária com o cinto pra bebê e explicou como usar. Vou tentar explicar, espero que a foto ajude... O bebê viaja no colo de um adulto, com um cinto de segurana próprio para ele (regra na união européia, orbigatório em TODOS os vôos que peguei aqui, mas sei que no Brasil eles tem outra visão da nessecidade disto). O cinto do bebê vai preso no do adulto. Ele tem um lugar para ser passado dentro do cinto do adulto e ambos são afivelados da forma que já conhecemos.




Tanto na decolagem quanto no pouso coloquei ela pra mamar. Dizem que o reflexo de sucção melhora o incômodo do ouvido, por isso a gente masca chiclete. Deve ser verdade, ela foi tranquila. No vôo fomos conversando com as vizinhas e rapidinho chegamos em Paris. Desci do vôo, bebê no sling. Pega carrinho, coloca a mala de mão em cima e pega ônibus. Eu tinha uma hora pra atravessar o aeroporto e entrar no outro avião. Passamos pela polícia (passaportes, titre de séjour) e pegamos mais um ônibus para ir ao outro terminal. Chegamos uns 10 minutos depois. Anda, anda, anda... Fui meio apressada e não vi elevador pra subir fui pela escada rolante mesmo.  Eram duas em um corredor com só isso mesmo e a segunda não funcionava. Não tinha como voltar pra trás. Pedi ajuda e carregaram o carrinho pra cima enquanto eu subia as escadas com bebê e mala de mão. O portão era obviamente o último! Anda, anda anda... Avisto ao longe o portão meio vazio, corro um pouquinho com toda a tranqueira! A funcionária me vê chegando e comenta sobre a quantidade de bagagem que eu tenho. Deixo o carrinho pra despachar, só vou poder pegar agora na esteira em Brasília. Finalmente chego no avião, morrendo de fome. 

Continua no próximo post...


Videozinho da nossa viagem: Viajando com a sapinha! Destino: Brasil



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

6 meses? 6 meses!



É... 6 meses se passaram!


Todo mês eu quero escrever logo que ela completa, mas sempre acabo deixando passar uma ou até duas semanas. Não sei se todos os meses foram pela mesma razão, mas pelo menos nesse eu acho que identifiquei porque demoro tanto pra sentar e escrever: Eu não quero que ela cresça! 

6 meses é um período de crise pro bebê. É quando ele percebe que não está em simbiose com a mãe. Tem medo, ansiedade, angústia de separação. Acorda de noite chorando (hurrando, no caso da minha sapinha) e chora pra ficar no colo da mamãe (os outros não servem). Mas aqui em casa, a crise maior é minha mesmo. Sinto saudades dela com ela no meu colo! E não, não é saudades de quando ela era pequena, é da versão presente dela mesmo, dessa que dorme no meu ombro enquanto escrevo. Às vezes choro copiosamente com medo de enfrentar situações absurdamente irreais, tipo ficar presa numa ilha de Lost. Eu juro que isso aconteceu hoje, enquanto pensava na viagem que está por vir. E isso tudo pois acho que junto com o aprendizado dela de que não estamos em simbiose, veio o meu. Não estamos mais unidas como quando ela estava na minha barriga e é isso! Deal with it!

Toda se sentando!!


Mas bom, o assunto aqui é outro, e nesse último mês foram muitas as conquistas e os avanços. Ela já rola em todas as direções. Quer dizer, tem capacidade para e faz quando quer, mas definitivamente não vai fazer carreira no rolamento. Até porque deitada não é a posição favorita dela. Ficar deitada de barriga pra cima é pra bebês pequenos e ela já é grande. Gosta de ficar sentada ou de barriga pra baixo, quando não está muito cansada. Faz muito esforço pra conseguir ir a lugares. Apoia a cabeça e empurra com os pés/pernas. Assim se arrasta até o final da cama (dai a gente vira ela). Não tenho coragem de deixar no chão/tapete, acho que vai machucar a cabecinha dela. Além disso quando sentada se coloca em posição de engatinhar e faz movimentos de impulso (pra frente e pra trás) com o corpo, mas não consegue se mover ainda. Quando sentada, eu coloco a almofada de amamentação (que é maleável) em volta dela pra ficarmos as duas mais livres, pois não tem perigo dela cair. Ela já consegue se virar e passar de sentada a ajoelhada e apoiada na almofada. Nessa posição ela se mexe bastante e busca objetos um pouco mais longe. Ela se esforça, bate os pézinhos e quando eu vejo está do outro lado da almofada.

Ela tem também uma nova apreciação pelas mãos e pés. Já vi passando 20 minutos com a mão pra cima, girando leeeentamente e observando cada detalhezinho. O pé nunca foi na boca, mas é alvo fácil quando ela está sentada e mais ainda quando está deitada de barriga pra cima. Por causa disso as trocas de fralda ficaram mais desafiadoras. Com as pernas pra cima é difícil colocar certinho e com as pernas pra baixo ela empurra o corpo pra trás. Aliás, essa é outra forma que ela tem de chegar aonde quer. No sofá, quando vou fazer sua massagem, se papai está sentado ela vai empurrando até chegar no encosto, ai continua empurrando pra conseguir se virar (sofá em L) e volta a empurrar até chegar no papai. E eu vou acompanhando com a massagem, trago de volta... mas tem dias que ela é mais rápida que eu e ai fica quase impossível.




A fala também continua a se desenvoler. Daaadaa daaadaaa... São a nova mania. Às vezes sai um taataaata também. Daqui a pouco sai o pa, ai o papai vai ficar doido! Ele vive falando paaapaaa pra ela imitar. Ela tenta, mas ainda não saiu. O interessante é que os eeehhh e guigui ela já não faz mais. Outro dia tentei pra ver se ela imitava, mas não houve interesse.

E assim ela continua, crescendo, crescendo, crescendo...