Sobre meu primeiro parto
Quando escrevi meu relato de parto, ficou tão grande
que tive que dividir em:
Enquanto
eu me preparo pro próximo parto (nascimento da minha macaquinha), eu
reli/relembrei... Dai resolvi escrever sobre alguns pontos que por um motivo
qualquer me marcaram. Queria compartilhar algumas coisas pra forças a quem vai
logo logo ter bebê (eu mesma?).
Primeiramente, meu
parto não foi exatamente como eu sonhava. Depois de dois dias sentindo
contrações fortes e mais fortes, sem conseguir dormir por causa disso, resolvi
tomar a anestesia peridural. Logo eu que militei contra! Ainda sou contra (leia aqui porque) e acho que toda a mulher deve se preparar para enfrentar a dor do
parto sem ajuda médica (clique aqui, se quiser algumas dicas). Mas... com o
tempo e a cabeça mais aberta, também acho que devemos lembrar que esses
procedimentos podem ser necessários.
Hoje,
passado o nascimento da sapinha, eu tenho certeza de que tomar a peridural
naquele momento foi a decisão correta. Mas quero deixar claro, que se pudesse
voltar no tempo, teria feito tudo da mesma forma. E indo pro segundo parto, eu
novamente digo aos quatro ventos que não pretendo tomar a anestesia! É possível
sim passar por isso sem a peridural, é possível sim enfrentar a
dor. Quer saber se com aquelas dicas que eu dei (as do link ali de cima) (e
usei) a dor passa? A resposta é não. Mas a dor diminui, né? Também não
(rs). Mas com essas dicas você supera cada contração e chega do outro lado mais
forte. Mas pra isso tem que estar focado!
Porque
a partir do momento em que eu quis a peridural, acabou! Eu não conseguia mais
chegar do outro lado da contração com serenidade. Perdi o foco completamente e
não conseguia mais suportar a dor (que era exatamente a mesma). Sentia pena de
mim mesma, chorava baixinho, fazendo biquinho, como uma criança desprotegida. A
partir do momento que pedi a peridural, foi como se dissesse a mim mesma que
não era capaz. Ali, choramingando, não me sentia mulher e sim menina, queria
colo e carinho.
Ou
seja, as contrações doem? Doem e doem muito. Mas dá pra enfrentar? Da siiim!!
Tem que ter determinação, foco e tem que se preparar. Claro que todo mundo
conhece essas histórias de mulheres que começaram a sentir contrações e meia
hora depois estava com o filho nos braços. Não é o meu caso. Dizem que o
segundo filho nasce mais rápido que o primeiro, se for o caso, eu vou ter minha
filha da forma mais natural possível, de cócoras (meu sonho) e pra isso, sem
intervenção médica (mesmo que seja no hospital). E olha que eu sou fraca pra
dor!! Quando eu era criança fiquei uma manhã inteira em casa, enquanto todos os
meus primos aproveitavam a praia, porque eu tinha uma farpa no dedo e meu avô
disse que eu só saia depois que ele (ou eu tirasse). Como doia demais (sim, a
farpa), eu fiquei em casa! Sim, esse é meu nível de frescura pra dor, farpa no
dedo! E mesmo assim, eu sei que sou capaz (todas somos) de encarar as
contrações!!!
E
continuando nesse assunto de dor, algo que eu tinha muita curiosidade antes, é
a dor do parto. Qual é a sensação de ter um bebêzinho lindo saindo de dentro de
você? Pois eu digo, de forma bem romântica e floreada: dar a luz é como fazer
cocô quando você está bem bem constipada (rs). A sensação é de que o bebê está
saindo do bumbum mesmo. Durante o curso de preparação ao nascimento (se quiser
ler, tem post aqui - 1, aqui - 2, aqui - 3 e aqui - 4) a enfermeira já tinha falado
que não pode ter medo de fazer cocô durante o parto e agora eu entendo porque.
Se você ficar "segurando o cocô", vai na verdade estar segurando o
bebê lá dentro. Linda essa analogia, né? Mas é bem isso mesmo, e se você ficar
com medo de fazer cocô enquanto está parindo (e nossa, muita gente tem esse
medo!), você vai estar atrapalhando o nascimento, simples assim!
E
na hora do nascimento mesmo, enquanto o bebê está passando, o que eu senti foi
que arde. Arde muito! Mas você esquece, todo mundo esquece... Aquele momento
fica misturado com um monte de emoção e sua lembrança acaba sendo um pouco
diferente da realidade. É só perguntar pra um casal que estava junto como foi.
Com o tempo, a mulher vai (se tudo correu normalmente claro) falar maravilhas,
dizer que nem sofreu e tal... E ai, olha pra cara de choque do pai! rs As
lembranças dele são recheadas de momentos muito duros, segurando a mão da
esposa, se sentindo mal por não poder fazer nada pra ajudar. Meu marido mesmo
diz que nunca me viu sofrer tanto...
Isso
me marcou, porque logo depois do parto eu lembro de virar para o marido e
dizer: "Juro que não entendo como uma mulher pode ter coragem de passar
por isso duas vezes". E poucos dias depois eu já tinha mudado de ideia. A
perspectiva simplesmente muda por causa da emoção do momento (lembranças são
sistematicamente distorcidas de acordo com a emoção que sentimos durante a
experiência) e você esquece de tamanha dor... No fim, a dor do parto parece
algo possível de encarar. Tanto é que aqui estou eu de novo, pra dar a luz a
uma segunda menininha! Receosa e com medo? Sim, mas sabendo que é possível e
que a gente só sai mais forte disso! Como mãe e como mulher! Eu posso e você
também!
Assim que nasceu, já veio para os meus braços |
E quem quiser ler o relato de parto da Chloé:
E o relato de parto da Emma:
Eu realmente não me lembro de nada desagradável nos meus partos, talvez o "papai" lembre da minha impaciência e irritação hehehe o que lembro do 1º parto: dois dias de contração; queria e gostava da peridural pois com ela eu acompanhava o parto com mais tranquilidade (nos 3 partos); entrar na ducha durante as contrações, me inclinar e deixar a água bater no quadril era calmante; sentia frio. Já nos 2º e 3º me lembro de serem cada vez mais rápidos e tranquilos. Um bom parto para vc!
ResponderExcluirCada um vai ter lembranças diferentes, né? Super interessante isso num casal...
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